Nova Ford Maverick Lariat Black custa um Kwid a menos que a Rampage R/T, mas como anda? 615r52
Versão reestilizada da picape intermediária chega com mais itens de série e estilo agressivo 4z631l
Maverick pode ser traduzido como não conformista, uma criatura que não vai se contentar com a realidade geral e tentará fazer um novo caminho. Pois bem, esse é o objetivo da Ford com a versão reestilizada da picape Maverick. O modelo chega ao Brasil em duas versões: Lariat Black (R$ 219.900) e Tremor (R$ 239.900). O Jornal do Carro foi ao lançamento e dirigiu a primeira para ver como ela se comporta. 6m72
Antes de falarmos da Maverick, é importante tocarmos na sua principal rival, a Ram Rampage. Quando equipada com motor 2.0 turbo, a concorrente tem três versões: Rebel (R$ 270.990), Laramie (R$ 283.990) e R/T (R$ 299.990). Ou seja, a Ford veio com uma estratégia muito agressiva de preços para, nas palavras dos executivos, superar as configurações a gasolina da competidora e, de quebra, roubar também alguns consumidores das Rampage diesel. Além disso, o preço da Lariat Black está abaixo dos R$ 224.990 pedidos por uma Fiat Toro Ranch 2.2 turbodiesel.
Vamos ao estilo. A Maverick ostenta uma dianteira muito mais bonita do que a anterior. Se antes tinha grandes faróis côncavos, agora a picape ostenta faróis com LEDs em formato de L deitado. Para ficar melhor, as luzes de seta também poderiam ter a mesma tecnologia, mas são halógenos. As lanternas também poderiam ser inteiramente de LEDs. Tirando isso, o conjunto se tornou mais agressivo e interessante, ainda mais com rodas aro 17 escurecidas e faixas adesivas no capô.
A caçamba vem com uma camada de proteção e capota marítima de série. O compartimento leva 943 litros de volume e a capacidade de carga total (incluindo pessoas a bordo e tudo mais) é de 618 kg. A Tremor, por sua vez, leva 550 kg. Se levarmos em consideração a realidade do mercado brasileiro, uma Fiat Strada Ultra "aguenta" 650 kg e uma Rampage seus 750 kg, porém, o lance da Maverick não é trabalho duro, sua vocação é de ser um veículo para lazer, um modelo capaz de levar volumes maiores no compartimento de carga do que um SUV poderia.
A tampa tem trava elétrica e deve uma abertura mais suave, contudo, não chega a ser pesada e traz até abridor de garrafa e porta copo. Junto com a tomada 12V, é tudo que um americano precisa para ser feliz em um piquenique de 4 de julho, dia da independência dos Estados Unidos.
Interior e equipamentos 4q4l72
É por dentro que a coisa melhorou e muito. O digital tem oito polegadas, o anterior tinha velocímetro e conta-giros analógicos e uma tela de 6,5" entre eles - ficou devendo apenas mais opções de visualização.
A central multimídia saltou de somente oito polegadas para 13,2", uma diferença equivalente a um smartphone, e tem conexão para Android Auto e Apple CarPlay sem fio, além de carregador por indução. A telinha anterior deixava um espaço à direita para um porta-treco. Ela agora concentra mais comandos, entre eles, os do ar-condicionado com duas zonas de ajuste.
Aliás, onde ficavam os comandos da climatização, agora estão os botões de agem de faixas de música/estações, o bem-vindo controle giratório de volume, alerta, auto hold (segura o freio automaticamente em paradas) e abertura do óculo traseiro (há uma janelinha no vidro de trás).
No mesmo lugar está um comando para a manobra precisa de reboques, o mesmo presente na F-150. A picape leva um reboque de até 499 kg, o que basta para levar uma moto aquática grande.
Há mais porta-trecos do que alguém poderia desejar, com espaço de sobra para copos e nichos bem posicionados, o que inclui um atrás do multimídia. Tudo bem à moda americana.
A nova Maverick traz outros itens que a anterior devia. O som da dinamarquesa Bang & Olufsen tem oito alto-falantes, incluindo subwoofer, e apresenta ótima qualidade de reprodução de graves, médios e agudos. Somam-se ainda retrovisores externos aquecidos, câmera 360 graus e teto solar (não é panorâmico).
Mas a grande evolução está nos sistemas de auxílio à condução. Se a Maverick devia sensores de estacionamento, a nova traz tanto dianteiros quanto traseiros. A antecessora tinha frenagem automática de emergência, agora há até reconhecimento de pedestres e ciclistas. São novos também o controle de cruzeiro adaptativo (capaz de seguir o trânsito após parar), assistente de manutenção de faixa com correção, monitoramento de ponto cego com alerta de tráfego cruzado e sistema de frenagem pós-colisão. Ainda há uma ou outra ausência, casos do retrovisor interno sem tecnologia eletrocrômica ou das saídas de ar traseiras.
A lista é completada por sete airbags (frontais, laterais dianteiros, do tipo cortina e para os joelhos do motorista), vidros elétricos por um toque, abertura e partida sem chave, bancos e volante revestidos de couro, conectividade com smartphone (com partida a distância, monitoramento, atualizações sem fio e mais) e entradas USB dos tipos A e C.
Um ponto que deveria ter mudado é o acabamento. A Maverick tem revestimentos de plástico rígido que são ideais para o trabalho, pois não rasgam, sujam ou são difíceis de serem higienizados, porém, no Brasil, a sua realidade de mercado a posiciona em um patamar mais elevado de preço e, com isso, de exigência. Embora tenha texturas e boas montagens, o material poderia ser mais refinado, como é o caso do Bronco Sport. O SUV usa a mesma plataforma C2 e tem no acabamento uma das suas qualidades.
Falando em base, a Maverick tem uma vantagem em relação à Rampage: sua plataforma permitiu um espaço interno mais amplo do que a Small Wide da Stellantis, com 3,07 m de distância entre-eixos, contra 2,99 m da Rampage. O espaço traseiro comportou perfeitamente o meu 1,84 metro de altura com alguma folga, sendo que um eventual ageiro central até que vai bem. Há até apoio de braço.
Como é dirigir a nova Maverick u2g4b
Aqueles acostumados com o o das picapes médias vão até estranhar como é fácil entrar na Maverick. A altura mais comedida ajuda na hora do embarque. A posição de dirigir é facilmente encontrada no banco com ajustes elétricos - incluindo o lombar. Confortável, a poltrona é bem ao estilo americano, comportando bem pessoas mais parrudas. O banco do ageiro, por sua vez, tem ajuste de altura manual. O volante pode ser regulado nos dois eixos, facilitando ainda mais.
A Ford mudou um pouco a curva de torque do quatro cilindros para dar mais torque em baixa, mas o propulsor continua a ter 253 cv e 38,7 kgfm a 3.000 rpm. O 2.0 Hurricane turbo da concorrente tem 272 cv, 40,8 kgfm e vem com caixa de nove velocidades.
Ao acelerar, o ronco do motor 2.0 turbo pode não ter a gravidade do emitido pela Rampage, mas o desempenho é esportivo, embora tenha sido reduzido no facelift. Enquanto a Maverick anterior ia de 0 a 100 km/h em 7,2 segundos, perto dos 7,1 s da Rampage (a R/T leva 6,9 s), a nova faz o mesmo em 8 s. De acordo com o explicado pela assessoria de imprensa da marca, o peso do modelo é 59 kg maior, afinal, foram acrescentados novos itens.
As curvas são negociadas com agilidade surpreendente para os 1.759 kg (vazio), nem mesmo os pneus Pirelli Scorpion ATR 255/65 R17 atrapalham. De uso misto, eles podem não ser lameiros como os da versão Tremor, porém oferecem boa aderência em pisos de baixa aderência.
A base rea a maior parte da força para o eixo dianteiro em condições normais, só que, se for necessário, o eixo traseiro entra em ação com maior ímpeto e impede derrapadas. Nem parece que estamos falando de uma picape de 5,09 metros. Nisso ajuda o bom ajuste da suspensão dianteira Maherson e traseira multilink.
A diferença em relação ao sistema da Tremor é que a versão fora-de-estrada pode manter a tração 4X4 sempre em funcionamento e conta ainda com bloqueio do diferencial traseiro. De qualquer forma, a Lariat Black também está pronta para aventuras. O ângulo de entrada é de 20,6 graus, o de transposição de rampa é de 16º graus e o de saída é de 20,4º. A altura de rodagem é de 20,4 centímetros e a picape pode ar por até 450 mm de água. O GPS embarcado ajuda na hora em que o celular não tiver rede e a câmera 360 graus também aponta o que há na frente em trilhas.
Para melhorar, o câmbio automático de oito marchas poderia ter aletas no volante para trocas sequenciais, algo disponível apenas na Tremor. De qualquer forma, a transmissão sabe o que está fazendo a todo momento.
Há cinco modos de comportamento selecionáveis no volante: os novos Eco e Esporte e os já existentes Normal, Esportivo e Reboque.
O consumo divulgado é de 8,5 km/l de gasolina na cidade e 11,4 km/l na estrada. Graças ao tanque de 62,4 l, a autonomia rodoviária chega a 711 km. A Rampage tem tanque de apenas 55 l e faz 7,7 km/l no circuito urbano e 9,9 km/l no rodoviário.
São três novas cores: verde Fuji, azul Indianópolis e vermelho Vermont, que se somam a duas opções de cinza, três de branco e ao tom preto. A garantia é de 3 anos.
Conclusão 284c5
Somado ao novo estilo, a Ford Maverick ganhou uma competitividade que a anterior não tinha e, com isso, também uma chance de aumentar muito a sua participação de mercado. Se a anterior vendia uma média de 300 unidades por mês, a marca aposta em um volume maior para incomodar a Ram Rampage.
Prós e contras l6p4j
Prós 4ry5j
Pacote recheado 40p6t
A nova Maverick chama atenção pela evolução no nível de itens de série e pela redução no preço, o que a deixou bem mais competitiva em relação à Rampage.
Contras 1h49c
Nível de acabamento 502u26
Ao contrário da Ram, a Maverick não aposta em materiais macios no ou nas portas, contrastando com o nível de acabamento presente no Bronco Sport.
FICHA TÉCNICA 2as71
Ford Maverick Lariat Black 1v404w
- Preço sugerido: R$ 219.900
- Motor: 2.0, 4 cil., 16V, turbo, gasolina
- Potência: 253 cv a 5.500 rpm
- Torque: 38,7 mkgf a 3.000 rpm
- Câmbio: Automático de oito marchas
- Comprimento: 5,09 metros
- Largura: 1,98 m (2,12 m com retrovisores)
- Altura: 1,73 m
- Entre-eixos: 3,07 m
- Caçamba: 943 litros
- Tanque de combustível: 62,4 litros
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