Economia do Brasil deve desacelerar com inflação persistente e juros altos, diz OCDE 1d423p
Instituição aponta que inflação deve permanecer acima da meta de 3% ao longo de 2025 e 2026, impulsionada principalmente pelo setor de serviços 6a5j5g
A economia brasileira deve crescer 2,1% em 2025 e 1,6% em 2026, segundo projeções da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). "O consumo das famílias continuará sendo o principal motor do crescimento, mesmo em desaceleração, sustentado por aumentos salariais robustos." O investimento privado, que teve uma recuperação acentuada em 2024, de acordo com a instituição, deve continuar aquecido, apesar de uma desaceleração gradual. 1w5u6l
Entretanto, há sinais de esfriamento. A OCDE aponta que a demanda doméstica se enfraqueceu no fim de 2024, com queda no consumo das famílias e no investimento, em meio a "incertezas elevadas, juros crescentes e inflação persistente". A instituição aponta que a inflação deve permanecer acima da meta de 3% ao longo de 2025 e 2026, impulsionada principalmente pelo setor de serviços.
A produção industrial segue "contida", mas o setor de serviços manteve "forte dinamismo". A colheita de 2025 será "muito mais forte" que em 2024, afetada por uma seca. O mercado de trabalho segue resiliente, com "emprego formal e rendimentos em níveis recordes". "Reduzir barreiras de entrada e saída no mercado, flexibilizar regulações, ampliar investimentos em infraestrutura e fomentar a concorrência têm grande potencial para impulsionar a produtividade e o crescimento."
Segundo a OCDE, a taxa de juros do país deve atingir 15% até o fim do ano, antes de cair gradualmente. "A política monetária restritiva deve ser mantida por algum tempo", diz o texto. A política fiscal, por sua vez, permanece "ligeiramente expansionista". Uma reforma do imposto de renda é considerada neutra em arrecadação e não deve gerar espaço para acomodar pressões crescentes de gastos, segundo o documento.
A OCDE vê desafios para cumprir a regra de resultado primário, diante de despesas obrigatórias com saúde e educação e de uma arrecadação pressionada pela "atividade mais fraca". "As despesas sociais devem continuar em alta, exercendo pressão adicional sobre as finanças públicas", diz o relatório.
