Polícia investiga Vivi Noronha por elo com lavagem de dinheiro 5g42d
Influenciadora é acusada de receber recursos do tráfico disfarçados em negócios 2i5t1x
A cena foi cinematográfica, mas o enredo é bem real: investigadores da Polícia Civil do Rio de Janeiro vasculharam a residência de Vivi Noronha, influenciadora digital e esposa do cantor MC Poze do Rodo, preso na semana ada. 4f2f3m
A operação, que colocou a vida pessoal do casal sob os holofotes, apura a movimentação de milhões de reais, suspeitos de serem oriundos da facção criminosa Comando Vermelho, mais conhecida como CV.
Segundo o inquérito, Vivi e sua empresa aparecem como beneficiárias diretas de recursos movimentados por operadores da lavagem de capitais da facção. O esquema, engenhoso e bem articulado, utilizava intermediários, popularmente conhecidos como "laranjas", para ocultar a verdadeira origem do dinheiro.
As autoridades indicam que valores provenientes do tráfico de drogas foram canalizados para contas vinculadas à influenciadora, que acabou se tornando um dos principais focos da investigação.
O papel de Vivi, apontam os agentes, vai além da mera receptora: ela seria um símbolo do entrelaçamento entre o universo do crime organizado e o mercado digital. Sua imagem empresta ao dinheiro do tráfico uma aparência de legalidade, conferindo verniz social à narcocultura que se espalha com cada curtida, seguidor e contrato publicitário.
A operação também lançou luz sobre a Leleco Produções, uma produtora musical suspeita de atuar como engrenagem para lavagem de dinheiro e fomento dos bailes funk organizados por membros do Comando Vermelho.
Muito mais que simples festas, esses eventos são, segundo a polícia, pontos estratégicos de venda de drogas e divulgação do estilo de vida promovido pela facção.
As investigações revelaram que tanto a empresa quanto seu responsável figuram como destinatários diretos de valores reados por operadores do Comando Vermelho, tudo meticulosamente reado através de pessoas físicas e jurídicas, com o objetivo de mascarar a origem ilícita do dinheiro.
Entre os remetentes destacados estão um segurança pessoal de Edgar Alves de Andrade, o "Doca", chefe da facção no Complexo do Alemão, e outro operador financeiro, este procurado até pelo FBI, suspeito de ter conexões com grupos extremistas internacionais.
A ação policial mira desarticular esse núcleo financeiro do Comando Vermelho, que teria movimentado mais de R$ 250 milhões oriundos do tráfico de drogas e da compra de armamentos pesados. Além das buscas e apreensões realizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo, a Justiça determinou o bloqueio de bens e valores em 35 contas bancárias ligadas ao esquema.
Vivi Noronha: O Professor, o baile e o restaurante: 661l58
Um dos personagens-chave da investigação foi identificado como Philip Gregório da Silva, conhecido como "Professor". Ele comandava o setor financeiro da facção e idealizou eventos como o "Baile da Escolinha", peça central na estratégia de dominação cultural e arrecadação criminosa.
Embora o Professor tenha morrido no último domingo, a polícia garante que o falecimento não compromete o avanço do inquérito nem a execução das medidas judiciais.
O baile, explica a polícia, funcionava como uma sofisticada plataforma de lavagem de dinheiro e poder simbólico. Um restaurante estrategicamente localizado em frente ao evento servia como fachada para movimentar os lucros do tráfico, apresentando-se como um negócio legítimo, mas operando como centro logístico e financeiro da facção.
O caso expõe, mais uma vez, como o crime organizado se moderniza, ultraando os becos das comunidades e ocupando espaços no entretenimento, na economia digital e até no glamour das redes sociais.
Enquanto MC Poze aguarda sua possível liberdade, os investigadores seguem desfiando esse novelo, que conecta likes, festas e fuzis em uma rede tão complexa quanto perturbadora.