Paolla Oliveira dá adeus ao posto de rainha da Grande Rio e deixa legado icônico 1w4m4h
Em seu último ano à frente da bateria da agremiação de Duque de Caxias, Paolla Oliveira celebra sua história na avenida e no Carnaval 43qb
Foram anos de muito brilho, samba, fantasias marcantes e momentos inesquecíveis na icônica Marquês de Sapucaí. Agora, a majestade prepara seu ato final antes de retirar a coroa. Aos 42 anos, Paolla Oliveira anunciou que deixará o posto de rainha de bateria da Grande Rio, encerrando um ciclo de pura paixão e entrega à maior festa popular do mundo. 6q4k4w
"Vou me despedir desse posto mas, nunca, jamais, do Carnaval, jamais da Grande Rio. O Carnaval mora em mim", declarou Paolla Oliveira, que marcará sua despedida do cargo durante o desfile deste ano. "É uma mudança de lugar. Tem várias maneiras de curtir o Carnaval. Sim. Eu acho que essa escolha está sendo difícil, mas é isso", completou.
Dona de energia contagiante e presença arrebatadora, Paolla sempre se entregou de corpo e alma. "Sou uma mulher de muitas paixões… Assim como o Carnaval é uma paixão, a atuação também é, a minha família, os meus amigos. Tudo o que eu faço e tudo o que eu fizer sempre vai ser com muita paixão", afirma.
Desde a primeira vez que desfilou à frente da Invocada —apelido da agremiação de Duque de Caxias —, em fevereiro de 2009, ela foi rainha de bateria diversas vezes nos últimos 15 anos. "Tinha sempre muita gente falando para eu não ir, como se o Carnaval fosse influenciar minha carreira. Eu era muito nova, tinha acabado de chegar ao Rio, estava no segundo ou terceiro trabalho. Então, era como se fosse ruim para mim. E, mesmo assim, eu fui porque eu sou tinhosa", conta, aos risos.
Embora sua relação com a Marquês de Sapucaí tenha enfrentado um hiato de dez anos, a atriz confessa que ficar longe da agremiação que a acolheu não foi tão fácil para ela. "Acho que eu tinha outros trabalhos e decidi sair. Só que aquilo não me acalmou, meu coração não ficava feliz", relembra.
Seu retorno memorável ao posto de rainha de bateria da Grande Rio aconteceu em 2020 e dois anos depois, no carnaval seguinte —já que 2021 não teve desfile devido à pandemia de Covid-19—, a escola venceu a folia carioca pela primeira vez.
"Todos os anos foram especiais à sua maneira, mas destaco dois: o ano em que fomos campeões, 2022, e o carnaval ado, 2024, o ano da onça. É muito grandioso entrar de alguma maneira para a história dessa festa que é tão grandiosa. Ganhar um primeiro título em 2022 é fazer história junto com eles", diz.
Durante seu reinado, ela também encantou o público com fantasias de arrepiar, representando figuras como gari, em 2010, Cleópatra, em 2020, e a onça, em 2024. Esta última, aliás, se tornou uma das mais emblemáticas de sua trajetória na avenida. "Acredito que a onça deixou sua marca. É um dos momentos que vão ficar marcados para sempre. Em mim e no Carnaval", avalia, com gingado de sobra.
Porém, ainda que reconheça seu legado, a vida traça novos caminhos e, para Paolla, chegou a hora de encerrar um ciclo. "Não é uma decisão fácil, mas tem hora que é a vida que empurra a gente e os últimos acontecimentos da minha vida me levaram a pensar sobre isso", diz ela.
A decisão partiu da necessidade de focar suas energias em seu novo papel na teledramaturgia, no remake de Vale Tudo, que estreará na Globo em março, e para dar atenção a um familiar que está com problemas de saúde. "Tem hora que não é sobre pensar, é sobre ver a vida acontecendo e determinar os caminhos. Então, eu achei que esse era o melhor momento", explica.
A atriz ainda fez questão de destacar o respeito e carinho pela escola e comunicou sua escolha diretamente ao presidente da agremiação, Jayder Soares. "Não queria simplesmente sumir após o desfile. Queria devolver para a comunidade o amor que eles me deram todos esses anos", disse Paolla.
Longe das novelas desde 2022, na nova trama das 9 a atriz viverá Heleninha Roitman, personagem icônica que, há 30 anos, foi interpretada por Renata Sorrah (78). "Esse trabalho é muito importante e vai me demandar de uma maneira diferente", adiantou.
Para além do brilho e encanto como rainha de bateria, Paolla também inspirou várias mulheres ao longo de sua trajetória no carnaval. No desfile de 2024, por exemplo, sua coragem ao celebrar seu corpo fortaleceu muitas mulheres a se aceitarem plenamente. A causa ganhou ainda mais força nos últimos tempos, quando a atriz revelou que perdeu contratos por assumir seu corpo real.
"Tem sido muito bonito acompanhar esse movimento de mulheres que, assim como eu, perceberam que é muito mais leve viver sem se preocupar com a aceitação alheia", reflete. Na época, inclusive, ela abriu o jogo sobre a pressão estética que sentiu ao longo dos anos e as críticas que recebe nas redes sociais sempre que expõe a realidade de seu corpo.
"Do alto do meu privilégio, uma mulher branca, padrão, bem-sucedida, estou falando: eles não me deixam em paz", disparou. Há quatro anos namorando o sambista Diogo Nogueira (43), Paolla ainda recebe cobranças acerca da maternidade. A atriz já revelou que congelou óvulos em 2018, mas ainda não se decidiu sobre se tornar mãe.
"Me cobram a maternidade tanto quanto me cobram uma perna sem celulite. Em mim, essa conversa também não se encerra", disse ela, que recebeu o apoio do amado. "Paolla tem as questões dela e eu
tenho as minhas. Achamos que ainda não é o momento para isso", declarou Diogo.
Em um momento de nostalgia, ela participou de seu último ensaio com a Grande Rio antes de pisar na Sapucaí e abraçou cada segundo com a maestria de uma grande rainha. "Foi muito emocionante! Só tenho a agradecer. Estou aqui para fazer a escola vibrar na energia do bicampeonato. E a gente vai mostrar quem é Duque de Caxias e quem é Grande Rio", disse ela, emocionada.
Na quadra, Paolla ainda foi contemplada com uma medalha e um certificado da Câmara de Duque de Caxias. "Foi uma noite de muitos abraços, de muito samba no pé e vibrando na energia do nosso bicampeonato, que é o mais importante", detalha.
Agora, mais do que nunca, a atriz garante que deseja seguir com um legado de alguém que se entregou totalmente. Tanto na arte quanto na avenida. "Quero ser lembrada como alguém cujo coração vibrou na batida da bateria em cada ensaio, em cada desfile", declara.
E, ainda que se despeça do posto de rainha, suas paixões seguem pulsantes: a arte, a família, os amigos e, claro, o próprio Carnaval. "Para quem não conseguir compreender o porquê de tanta
emoção, eu explico: estar no Carnaval era um sonho que se realizou. O sonho de uma mulher que
enfrentou alguns medos, que se descobriu e se aceitou nessa festa", conta ela.
"Uma mulher que teve seu empenho nesses anos revertido em identificação e carinho com uma comunidade e, principalmente, com as mulheres", completa Paolla, que fará seu último desfile com o coração apertado, mas certa de que deu seu melhor e que conseguiu cativar a comunidade que a abraçou ao longo de sua jornada como rainha.
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